Ao apresentar e discutir essas cartas sobre o porquê da Guerra, escritas em 1932, por dois dos maiores personagens – Sigmund Freud e Albert Einstein – do "breve" Século XX, na acepção do historiador anglo-austríaco Eric Hobsbawm, Maiquel Wermuth viu, para além de um pulinho na História a nos enriquecer, um pouco mais longe no próprio horizonte do magistério superior: o extraordinário potencial didático e pedagógico que a análise desse tipo de cartas pode possuir, na trilha da melhoria do nosso combalido, morno e esmaecido ensino jurídico. Este, por isso mesmo, está a necessitar de ares criativos, de mentes docentes dispostas e capazes de tornar atrativo o que parece ser extremamente maçante, na mesmice de conteúdos crus, frios e rasos, sem vida, igualmente encapsulados em livros feitos apressadamente para mais vender e mais rechear currículos "desesperados", sem importarem-se verdadeiramente com os sujeitos cognoscentes e, por isso mesmo, desprezíveis por qualquer educador que leve o Direito a sério.[...] A presente obra é linda, apesar de ter como temática os piores dramas que desumanizam os seres humanos; é que ela é encantadoramente bem escrita, e termina com um apelo suave e forte ao mesmo tempo: "contra a guerra, o amor". O amor que não precisa de explicações, pois que tem eloquência própria, e que, nas palavras de Agamben, vem "na inteligência de uma intangibilidade", e que, "pelo ser tal qual é", poderá suprimir o espaço da exceção e da guerra. Quem ler, saberá!
Gisela Maria Bester